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José Bezerra Filho

Teatrólogo, musicista, cineasta, funcionário aposentado do Banco do Brasil. Essas são apenas algumas das formas de chamarmos José Bezerra Filho, mas antes de tudo ele é um homem das artes no sentido mais arraigado do termo. Bezerra respira arte. Canta com seu tenor forte, encena, dirige. Escreve. E escreve muito bem, sobre temas que nos fazem recordar, além de ser muito competente ao lidar com a linguagem verdadeiramente popular, tornando o leitor um espectador privilegiado das 'cenas cotidianas' que se desenrolam dentro e fora de casa.

Livros:

-A Paixão Segundo o Metrópole
As histórias giram em torno do Metrópole, um cinema atualmente desativado, que ficava na confluência das ruas Juarez Távora com a Barão de Mamanguape, no Bairro da Torre, nesta Capital. O autor evoca seu tempo de adolescente, na década de 50, e nos conta histórias onde relembra a época dos bondes elétricos, dos álbuns de figurinhas, dos tipos populares (como o célebre personagem Zé Bode, que banca o guru intelectual da família Bezerra), dos comícios que arrastavam multidões e muitos outros eventos, além de, é claro, do Metrópole, que tem suas próprias histórias, com seus freqüentadores, filmes, séries e artistas de cow-boy e lutas de espada. É um livro para se dar risadas, se emocionar e se recordar de um tempo que não volta mais.

-O Decifrador de Sonhos
José Bezerra chega ao segundo livro da “Trilogia da Torre”. Em O Decifrador de Sonhos, o autor destila sua prosa rica em imaginação, dividindo com o leitor as memórias de uma vida passada no Bairro da Torre. Neste livro, o mesmo Zé Bode monta um negócio no qual decifra o sonho das pessoas para que estas acertem no jogo do bicho – incluindo Seu Zé Bezerra, pai do autor, e também personagem do livro anterior, que está afundado em dívidas. Acontece que os “clientes” que ganharam no bicho deram no pé sem acertar a comissão de Zé Bode e João Boca de Sabiá, causando o maior perrengue entre os sócios. Adicionando uma boa dose de ficção em fatos reais, Bezerra tece uma narrativa empolgante, tendo como pano de fundo os efeitos do Pós-Guerra sobre os moradores da Rua Miguel Santa Cruz, na Torre. É nesse contexto que as tramas paralelas dão um sabor ainda mais especial à trama.


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