Beto Brito

Seu nome de batismo é Edilberto Cipriano de Brito. Nasceu em 1962 em Santo Antonio de Lisboa, interior do Piauí, onde viveu até o início de sua adolescência. Ali cresceu no meio das feiras livres da região. Começou a fazer música ainda criança, com o pai, João Moreira, que era tocador de sanfona de oito baixos. Teve ainda a influência de cantadores de feiras de sua cidade natal. Aos dez anos, mudou-se para Picos, onde continuou sua vida de vendedor ambulante na feira do Mercado Central. Nessa época teve a oportunidade de conviver com violeiros, cegos, repentistas, mágicos, artesãos, romeiros, ciganos, santeiros, coquistas, emboladores e vendedores ambulantes. E aprendia espontaneamente os causos e as cantigas desse povo.

Em 1983, mudou-se para a cidade de João Pessoa, a fim de dar seguimento a sua carreira artística. Aqui, estudou rabeca na Escola de Música Antenor Navarro, e se dedicou à pesquisa no campo da cultura popular. Também começou a se apresentar em festas e outros eventos. Depois, já maduro, participou de diversos festivais nacionais e internacionais.

Beto Brito, além de cantor, é compositor e escritor de cordéis. Seu currículo soma alguns discos, dezenas de cordéis, quatro livros paradidáticos e algumas centenas de músicas autorais. Sua obra traz uma mistura de repente, peleja, côco, toré, baião, martelo, cordel, rabeca e viola. Ele ganhou destaque no cenário musical ao agregar a poesia do cordel, ao som da rabeca, modernizando seu trabalho com guitarras distorcidas, violas, zabumbas, cítaras e até grooves eletrônicos. Uma mistura sonora que proporciona uma agradável e curiosa experiência musical. E hoje é considerado como um dos maiores representantes da literatura de cordel no país.

-Livros:

-Bazófias de um Cantador Pai D`égua:
Com 384 páginas e 1.400 estrofes que somam 9.800 versos, em septilhas, é o maior Cordel do mundo. É "um passeio literário que vai da Pangeia até o Apocalipse", como resumiu o autor. E já vem devidamente premiado e registrado no Ranking Brasil. Como o cordel e o repente deixaram um forte legado na cultura nordestina, apesar de muitos não lhe darem o merecido valor, o autor faz esta tentativa de levar esse tipo de cultura popular para prateleiras e espaços onde ele geralmente não tem vez. A obra também é uma referência aos violeiros. Vai das mentiras filosóficas contadas quando se inicia a peleja e o violeiro conta suas bazófias (pabulagens) para intimidar o “oponente”, até as viagens fantásticas que ambos podem fazer, no que daria uns três anos ininterruptos de repente. Merece ser lido.

-Cordeis:

"O dia que lampião chorou",
"O Prefeito analfabeto",
"Sabedoria popular"
"Mei-de-feira Mei-de-vida".


Um comentário:

  1. Boa tarde, como consigo um contato do Beto Brito?
    Fico no aguardo, o meu e-mail é crisgico@gmail.com

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