Areia foi o único município da Paraíba onde a forca se ergueu e funcionou, não para executar presos políticos, mas para presos comuns, condenados à morte pela justiça local.
O patíbulo foi erguido nas imediações do matadouro público e compunha-se de dois pesados esteios de madeiras fincados ao solo e ligados no alto por espaçoso travejamento. Havia ainda a escada por onde subiam os condenados, o carrasco e o sacerdote. O carrasco era escolhido entre os presos, já condenado, que era tirado da cadeia e obrigado a cumprir o macabro ofício.
Mas na forca de Areia houve apenas duas execuções. Os enforcados foram Marçal e Beiju.
O negro Marçal foi morto em 1847. Ele era escravo de Manoel Gomes da Cunha Lima, dono dos engenhos “Jussara” e “Novo Mundo”. Foi executado por haver atacado e ferido seu senhor quando este açoitava sua esposa, também escrava. Marçal, quando perguntado qual seu último desejo, pediu doce com queijo. Na hora do enforcamento ele mesmo pulou para morte e antes soltou impropérios às autoridades presentes.
A outra morte ocorreu em maio de 1861. O enforcado foi Antonio José das Virgens, vulgo Beiju. Era um pobre agregado, que uma vez tinha gozado da proteção da família Santos Leal. Foi condenado à morte pelo assassinato do Dr. Trajano Augusto de Holanda Chacon.
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