No inicio do século XIX, o abastecimento d'água da capital provinha de cacimbas, bicas e fontes. Nessa época, o frei José de Jesus Maria Lopes, franciscano, cometeu um crime que abalou a sociedade local. Ele tinha um caso com uma mestiça de nome Tereza, e desconfiava que estava sendo traído. Muito ciumento, na madrugada de 31/07/1801, o frei atraiu Tereza para se banharem nus na Bica dos Milagres, como sempre fazia. Esse religioso, não teve qualquer dificuldade em sair do Convento de Santo Antônio, onde morava, para encontrar-se com a amante.
Lá, com a ajuda de um escravo do convento, um preto conhecido por Francisco, e um serviçal indígena, de nome José Ignácio, enfiou um pedaço de madeira na genitália da pobre Tereza, traspassando-a. Ela sangrou até morrer. Mas os três não perceberam a filha pequena de Tereza, que estava nas imediações e fugiu alarmada para denunciar os criminosos. Descoberto assim o hediondo crime que estarreceu a pequena Capital, os comparsas do frade foram condenados e terminaram seus dias na cadeia. O religioso cumpriu a pena no convento da sua Ordem, na Bahia. A filha de Tereza, Dona Aninha Rebolo, contava essa historia para todos até morrer, aos 90 anos de idade.
Essa fonte ainda existe (mas está emparedada). Fica no final da Ladeira São Francisco, entrando à esquerda: Rua Augusto Simões (antigo Beco dos Milagres), nº 59. É no muro desta casa que está incrustada uma relíquia da cidade: A Bica dos Milagres. Mas o que resta de um dos patrimônios históricos e artísticos mais valiosos da Paraíba é quase nada: uma espécie de moldura em pedra calcária com formato que denuncia sua origem e uma data –1849, ano da última restauração.
Essa fonte ainda existe (mas está emparedada). Fica no final da Ladeira São Francisco, entrando à esquerda: Rua Augusto Simões (antigo Beco dos Milagres), nº 59. É no muro desta casa que está incrustada uma relíquia da cidade: A Bica dos Milagres. Mas o que resta de um dos patrimônios históricos e artísticos mais valiosos da Paraíba é quase nada: uma espécie de moldura em pedra calcária com formato que denuncia sua origem e uma data –1849, ano da última restauração.
Vi a foto no Google mapas graças a sua precisa indicação. É uma vergonha que este local esteja tão abandonado. Infelizmente, não consegui distinguir a data, mas percebe-se a "moldura" que você cita e ainda a "bica" propriamente dita, onde escoava a água.
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